Mais um triste acontecimento assolapou a cultura, a ciência, a arte, e a educação de nosso país: o incêndio no Museu Nacional. Perdemos um acervo importantíssimo arqueológico, etnográfico, científico e cultural. São duzentos anos de memória de uma história milenar que foram engolidos pelo fogo, como comentaram os jornais pelo mundo afora.
Em meio a essa enorme tristeza, cumpre à Sociedade Brasileira de Economia Política – SEP, não apenas lamentar o ocorrido, mas lembrar que isso não foi obra do acaso, nem fruto do infortúnio, mas é decorrência de uma concepção equivocada de papel do Estado, da inversão de prioridades e da ideia cega de austeridade que vem dominando as políticas públicas e impedindo que gastos imprescindíveis possam se fazer.
Trata-se, infelizmente, do resultado de uma prática que tem sido comum entre nós, nos nossos dias: a de buscarmos os ganhos individuais em desfavor do coletivo, de mirar no imediato, ao invés da construção de um futuro melhor para todos. Refletir sobre isso é nosso dever, com a esperança de contribuir para uma transformação real, duradoura e inclusiva na nossa sociedade.

Assinada pela Diretoria da Sociedade Brasileira de Economia Política.